MINHA COMUNICAÇÃO NO WORKSHOP DO MINCULT
SOBRE A MUSICA POPULAR ANGOLANA
Rosa Cruz e Siva, Ministra da Cultura da Republica de Angola ( ao centro) Jomo Fortunato (a esquerda) Belmiro Carlos (a direita |
Minhas senhoras e meus senhores,
Caros colegas
A União Nacional dos
Artistas e Compositores – UNAC, não pode deixar de manifestar o seu regozijo
pela oportunidade do convite , para apresentarmos o tema que nos foi indicado
pela organização deste evento, pois que na nossa óptica não há no momento nada
mais importante , para nós, que a organização do artista, para que ele próprio
possa defender os seus mais lídimos interesses.
Ainda de acordo com os
organizadores , este workshop visa
promover o debate em torno dos factores que impedem o desenvolvimento da Música
Popular Angolana.
Na perspectiva da UNAC o
desenvolvimento da musica popular angolana não pode se dissociar do desenvolvimento do nível de vida do
Artista Angolano.
O nível actual da maior
parte dos artistas angolanos é deplorável , e reclama a atenção de toda a
sociedade e , particularmente , do
Estado.
Felizmente o tema que vamos desenvolver proporciona-nos a possibilidade
de reflectirmos conjuntamente sobre este assunto.
Minhas senhoras e meus
senhores,
Hoje ,mais do que nunca , compreendemos
, sentimos , o grau de ineficiência das nossas acções , porque raras vezes
revisamos as condições sociais dos nossos artífices das artes.
Ninguém mais tem dúvida de
que , antes de tudo , precisamos de cuidar das necessidades humanas dos nossos
artistas.
Podemos realizar muitas mais
conferencias, muitos mais seminários, muitos mais workshops, muitos mais debates
, sobre a música angolana , se eles não tiverem em conta as actuais
dificuldades sociais dos fazedores das artes , essas discussões não vão passar
disso mesmo; de simples discussões , sendo que algumas delas só servirão para
alimentar o ego doentio e o cinismo daqueles que jocosamente nos perguntam :
“...você já trabalha?”
É nosso entendimento de que
se a condição humana dos artistas continuar a ser encarada como um factor
residual no entendimento dos responsáveis pelo fomento e promoção das nossas
artes a nossa música vai padecer de muitas crises evitaveis.
Se a condição humana do
artista continuar um assunto de segunda linha este ambiente artístico poluído,
desestruturado , distorcido e amoral que vivemos hoje, vai nos perseguir até cair de podre, e
os danos à Nação Angolana serão negativamente inimaginaveis.
Minhas senhoras e meus
senhores
A vertente associativa do
Artista decorre da necessidade que
esse tem de , como pessoa , como cidadão , se organizar para conquistar e
defender os seus interesses próprios no quadro da organização da sociedade e do
Estado.
Não sei se há ainda alguém
nessa sala que tem dúvidas quanto
a necessidade que temos de nos organizarmos , para tornar mais
fácil a nossa inserção na nossa sociedade.
Quando falamos na nossa inserção
na nossa sociedade, estamos a querer dizer, no acesso dos artistas ao trabalho,
no reconhecimento formal da nossa actividade como profissão , no acesso a
saúde, a protecção social, aos créditos bancários, aos incentivos, etc., etc.
É verdade que os artistas
parecem pouco disponíveis para essas coisas de Associações, reuniões, procedimentos, regras
administrativas, etc., principalmente os jovens , e quando no auge da fama .
Isso não é um problema , a
partida. E esse fenómeno não é exclusivo do nosso Pais. Países culturalmente
mais fortes do que o nosso viveram e vivem ainda esse problema, com maior ou
menor intensidade.
Aqueles que , entre nós , se
sentem disponíveis e capazes , devem constituir a locomotiva que deve encabeçar
o comboio que vai resgatar a unidade, a fraternidade, o respeito, e trazer a dignidade
à Classe Artística Angolana.
Unidade porque divididos
vamo-nos perder em quezílias e lutas intestinais que dificultarão a nossa inserção
social, como artistas
Fraternidade
porque
precisamos de cultivar a irmandade e a solidariedade no seio da Classe e da
Classe para com a sociedade
Dignidade, porque é nossa
meta pudermos viver bem e alimentar as nossas famílias com os proventos do
nosso trabalho, e não com as esmolas e outros escárnios, indignos a nossa
condição humana.
Caros colegas,
Há toda a necessidade de nos
organizarmos em associação para lutarmos pelos nossos interesses.
Nos estados modernos de hoje
essa é a forma que os grupos com interesses comuns, encontraram para fazer
vingar os seus interesses junto do Estado.
No nosso País essa
prerrogativa dimana da nossa actual Constituição.
Lembremo-nos que há mais de
30 anos , no calor da luta pela consolidação da unidade nacional e defesa da
integridade nacional, uma plêiade de artistas angolanos dos mais representativos
e respeitados do Pais, nessa altura – para puderem estabelecer
e implementar estratégias e acções que concorram para a promoção,
desenvolvimento e defesa dos interesses sócio-profissionais dos artistas
angolanos - reuniram-se e proclamaram a União Nacional dos Artistas e Compositores
– UNAC.
Ao
longo destes 30 anos a UNAC , de acordo com os diferentes contextos ,
desempenhou o seu papel no limite do seu saber e das suas possibilidades, e em
2003, foi declarada como Instituição de Utilidade Pública.
Ficaram
assim criadas as mínimas condições para que ela se desenvolvesse com menos
atribulações e assumisse o seu papel de modo mis cabal.
Hoje
a UNAC , que integra no seu seio artistas das disciplinas de musica, dança e
teatro, tem cerca de 4000 membros,
e tem representações em 8 Provincias do Pais.
Caros
colegas é essa , a Associação que temos disponível, para , através dela, reivindicarmos
e defendermos os nossos interesses.
A
UNAC , é indiscutivelmente , hoje , uma associação com acumulada experiência ,
competência e responsabilidade , demonstrados.
Nessa
conformidade e pelos argumentos de razão avançados, exorto os colegas a
filiarem-se na nossa organização para sermos cada vez mais fortes.
A
UNAC é um espaço de debate de
ideias , livre e democrático.
Todos
os artistas podem ser membros e
desempenhar cargos de direcção nessa instituição, independentemente da
sua filiação politica, credo religioso e outras convicções próprias.
A
filiação na UNAC potencia o artista no exercício da cidadania respaldado na
nossa Constituição , e dá acesso aos serviços administrativos do Estado e aos nossos
serviços sociais , tais como:
O
acesso a esses serviços é diferenciado, em função da categoria do Artista ; da
classificação da Carteira Profissional que detem o Artista , que pode ser
profissional, semi-profissional ou amador
Aqueles
colegas que querem fazer da actividade artística sua profissão , aconselho-os a
tratar a sua Carteira Profissional.
A Carteira
Profissional de Artista foi institucionalizada nos têrmos do Decreto nº 120/05
de 19 de Dezembro, e Regulamentos publicados em 25 de Novembro de 2011, no
Diário da Republica III Série, nº227, e;
do
despacho conjunto nº 364/12 de 18 de Abril do MAPESS e MINCULT .
Caros colegas,
A
Carteira Profissional é o instrumento que pode facilitar, sobremaneira, a
organização e a estruturação da Classe , o acesso ao trabalho artístico, e trazer
a dignidade à profissão de artista no Pais.
Incompreensivelmente
, constatamos que alguns colegas continuam com alguma hesitação e tardam a
solicitar a sua Carteira Profissional.
Não
façam isso, por favor!
A
introdução da Carteira Profissional , a par da luta pela criação do trabalho, é
uma necessidade vital para a estabilidade da nossa actividade como uma
profissão.
A
Carteira Profissional é o único instrumento legalmente válido para que o
artista possa ter acesso aos serviços personalizados da UNAC, como já disse , aos
serviços públicos, aos créditos bancários para aquisição de viatura própria,
casa própria, a protecção e segurança social , etc., etc.
Como
podemos ver temos de tratar a nossa Carteira para dar peso a nossa existência,
como profissionais das artes.
Atendendo
os interesses da Classe e do Estado , que encerra a Carteira, mais tarde ou
mais cedo , ela será obrigatória. Vai chegar o momento que será exigida a
Carteira a todos aqueles que desejarem realizar actividade artística remunerada
no nosso Pais.
Não
esperemos por esse momento, porque nessa altura vem a confusão, a pressão e
outros constrangimntos próprios dessas situações.
Caros
colegas
Para
a Carteira se transformar num instrumento de valor real , ela precisa de nos
facilitar , de facto , o acesso a todos os direitos que atrás enumerei .
Para
que consigamos os direitos que enumerei, precisamos do trabalho. Se não
tivermos trabalho, não teremos dinheiro e consequentemente, nenhum acesso aos
créditos , a saúde, a casa, a carro , enfim a boa vida. O direito a boa vida é uma conquista da civilização
moderna , por isso é um direito augurarmos por ela!
Como
vimos, como todas as restantes profissões , a nossa vida está também dependente
do trabalho.
Nós
temos propostas muito claras para se inverter o actual quadro da falta de
trabalho para os artistas angolanos.
PRIMEIRO:
VÊR A QUESTÃO LEGAL
O
Mundo reconhece a importância do papel que as actividades artísticas
desempenham nas sociedades, tanto no plano cultural , como no plano recreativo,
e;
Também
reconhece que os artistas desenvolvem a sua actividade em condições especiais, devido a dúvida inerente a instabilidade
da sua actividade, a ganhos incertos e aleatórios, e a uma média de vida activa
bastante curta, entre outras.
O
nosso Governo reconhe essa condição especial , tanto que a consagrou no Artigo
9 da Lei Geral do Trabalho.
Por
isso é mister que reivindiquemos a
criação de um diploma que consagre algumas soluções que possam ter amplo
significado na protecção social dos nossos artistas , de modos a minorar a permanente sensação de
insegurança social que os persegue.
Todos
nós nos perguntamos como será a nossa vida no caso de;
-
Cessação precoce da nossa
actividade, particularmente por razão da idade, para os bailarinos então muito
pior;
-
Gravidez no exercicio da
actividade
-
Em caso de doença
-
Como vamos pagar a Segurança Social se nem sempre temos
trabalho
Todas
essas questões devem encontrar resposta num diploma , apropriado , como
recomenda a UNESCO.
SEGUNDO: A QUESTÃO DO TRABALHO REAL
O pouco
trabalho artístico real, que actualmente existe é exercido pela:
- Administração Pública;
- Agencias, e
- Pequenos empresários culturais
A administração Pública normalmente contrata artistas para
abrilhantar actos e festas oficiais.
Não se conhece os critérios e regras que têm sido observados para a
contratação directa dos mesmos. Ninguém
sabe se é o preço do cachet , se é a qualidade do artista, ou a qualidade
do acto, ou tudo junto. Enfim…Regras e procedimentos , recomenda-se ! A bem da
transparência e da gestão da coisa pública, e também a bem da afirmação social
do mosaico cultural nacional .
A maior fatia de
trabalho, visível e apetecível acontece por conta dos Agentes Culturais.
Infelizmente, atendendo
as debilidades e as fragilidades do mercado artístico os agentes culturais mais fortes desencadearam um sinuoso esquema
de edição , promoção e arregimentação de artistas , que passou a ter acesso
previlegiado às radios e aos principais espectáculos que se realizam no País . Isso
introduziu uma concorrencia desleal e uma má atmosfera de trabalho que enfraqueceu
o processo de inclusão , e a unidade no seio da classe artística angolana.
Os pequenos empresários
, estão muito dependentes de patrocinios. São mais inclusivos , mas incapazes de
suster uma dinâmica de revitalização , manutenção e crescimento, positivos, para
o movimento cultural nacional.
Resultado: Mais de 95%
dos nossos artistas encontram-se no desemprego total , 10% com ganhos incertos
e uma parte insignificante com vinculo laboral de longo prazo, contudo ,
normalmente mal enquadrados e mal remunerados.
Como ultrapassar
rápidamente essa situação.
Primeiro precisamos de moralizar
a actividade artística que acontece no País.
Assim , somos
de opinião de que aos artistas que já fizeram sucesso, e que por razões
subjectivas , foram afastados das oportunidades de trabalho , dever-se-lhes-ia ser
dada a possibilidade de exercerem profissionalmente a sua arte , para
continuarem a sonhar e a viver;
Para essas
pessoas , que se encontram maioritariamente em situação social dificilima , o Estado deveria criar um diploma de mérito que como reconhecimento os atribuisse de forma vitalicia , mensalmente, um substancial
subsídio pecuniário , e;
Por outro
lado, era bom que estabelecessemos cotas minimas para a contratação de artistas
veteranos , artistas com ou mais de 60 anos , para os espectaculos publicos e para
os actos culturais de Estado.
Desse modo
minhas senhoras e meus senhores , restabeleceriamos a dignidade a essa gente
que deu de si o melhor para o fortalecimento do ego nacional e do sentido patriótico
de várias gerações , gente que por razões que lhe são alheias não pode acautelar
convenientemente o seu futuro .
Meus colegas
, é uma grande vergonha essa falta de solidariedade para com esses mais velhos.
A Classe não pode continuar alheia ou se mostrar impotente .
Por outro
lado , por uma questão de soberania, a Musica Popular Angolana deveria passar a
ter presença obrigatória nos actos culturais de Estado, e nos espectáculos de variedades
artísticas , organizados ou financiados pelo orgãos da administração publica.
E isso
resolve-se com uma Lei . Uma Lei que
estabeleça cotas minimas de representação da Música Popular Angolana nesses
actos. Ou ao contrario, estabeleça-se como obrigatório a Música Popular
Angolana nessas actividades e as cotas que fiquem para os estilos estrangeiros.
Permitam-me
fazer um parentesis aqui para acrescentar que as radios, particularmente as
públicas, precisam também de se moralizar de modos a serem mais Justas, mais
imparciais e mais nacionais.
Os critérios
para a elaboração das programações musicais deveriam ser regulamentados na
perspectiva da valorização e promoção equilibrada dos nossos ritmos.
O ultimo exemplo
dado pelo Top da Rádio Luanda não foi muito famoso no que tange a essa
aspiração legitima, patriótica e nacional.
Caros
colegas,
A par dos
esforços de moralização da actividade artística, precisamos de massificar o
trabalho artístico no País, para realmente aitingirmos os nossos propositos.
Como podemos fazer isso? Nós pensamos que isso é possível com incentivos , como
aconteceu e acontece noutros Países.
O Estado deveria
criar incentivos para que os cidadãos, os carolas, os mecenas possam participar
num processo de criação de novos postos de trabalho para os artistas angolanos.
Devia ser
encorajado o surgimento do empreendedorismo também na actividade cultural, através
de facilidades bancárias e de incentivos do Estado.
O Mundo
moderno e as recomendações da UNESCO assim o determinam.
Nós sentimos que o Estado precisa de apoiar , com
incentivos, os Centros Culturais que existem e deveria criar um programa que
dessiminasse a construção de centros culturais por todos os cantos desse País.
Desse modo
aumentaríamos exponencialmente a capacidade de trabalho do Artista , o
intercâmbio , a promoção e divulgação da música popular angolana, bem como o
acesso dos nossos jovens e adolescentes à actividade lúdica salutar.
Não há no
País espaços nobres , no sentido etimologico do termo, para apresentarmos
garbosa e distintamente os nossos clássicos.
Onde é que
se pode em Angola , juntamente com a familia , com frequência expulsar maus
espiritos, e lavar e enxugar a alma , com uma terapia musical ?
Para quando
os nossos Palácios Culturais , então , para desfilarmos os nossos ritmos, no
esplendor da magia extasiante da nossa arte, extraídos dos retumbantes sons, da
nossa querida Pátria ?
4 a 0,
estamos a perder com o desporto.
Caros
presentes, os institutos de formação artística são ben-vindos , mas precisamos
também de Escolas de formação básica
nas comunidades, junto dos cidadãos. Gostariamos que houvesse incentivos para
constituirmos as nossas próprias escolas. Isso dar-nos-ia trabalho e
rendimentos, ao mesmo tempo que participaríamos na formação e ocupação salutar
dos tempos livres dos nossos jovens, adolescentes e crianças.
Os hoteis ,
restaurantes e similares actividades de apoio ao turismo são também segmentos
importantes para o alargamento do espaço de trabalho do Artista e,
consequentemente , para a divulgação e promoção da nossa música. Nessa
conformidade exortamos o Estado a
atribuir incentivos fiscais às unidades turisticas constituídas ou que se
constituam para esse fim, de modos a viabilizar a implementação da actividade
artística nesse importante segmento da economia nacional .
Solicitamos
que o Estado aceite e intervenha com força num processo de
revitalização do trabalho artístico no País.
Que a
procura da excelência, a eficiência e a transparência sejam o toque de marca
desse processo.
As
facilidades de mobilidade dos artistas nos PALOP também pode se constituir numa
importante fonte de trabalho e de rendimentos para nós. Por isso , com a devida
vénia , exortamos o Executivo a implementar as recomendações constantes nas
Declarações de Luanda dos Ministros da Cultura e das Finanças da CPLP. O desagravamento ou anulação de impostos e taxas aduaneiras
, e os incentivos preconizados para facilitar a mobilidade nesse espaço é para
nós ben-vinda .
Caros
colegas
Todo esse
esforço que se solicita ao Estado , visa melhorar a qualidade de vida dos
nossos concidadãos e proporcionar mais trabalho e rendimentos aos nossos
artistas.
Sendo assim
e na esteira desse nobre proposito parece-nos mister a partir dessa tribuna
condenar com veemencia a pirataria e a falta de pagamento de direitos do autor
no nosso País , porque andam em sentido contrario aos nossos esforços de
normalização do mercado de trabalho artístico.
A pirataria
transfomou-se hoje num verdadeiro pesadelo para o artista que grava uma obra.
Não podemos continuar a viver nesse ambiente de falta de solidariedade
institucional, e de desespero e
insegurança.
Em
relação a problemática da pirataria, a recente Mesa Redonda que organizamos
para prestar tributo aos mais de 20 artistas que pereceram em 2012 , recomendou
que:
- as estruturas competentes do Estado façam maior pressão sobre o nicho dos piratas, bem
como sobre a descarada venda
publica de discos contrafeitos no Pais; e
- que às medidas coercivas do Estado, se juntem
medidas de inteligência, como: o desagravamento dos impostos e das taxas
aduaneiras para os discos e DVDs de artistas angolanos, produzidos no exterior;
a criação de incentivos para as editoras e produtoras, de modos a tornar a produção fonográfica menos onerosa
- recomendou ainda a Mesa Redonda , em relação
a esse flagelo, que se crie uma Comissão Multi-sectorial , que envolva a
sociedade civil, para monitorar o combate a esse mal que nos inquieta a todos.
Outro
problema que anda realmente na contra mão dos nossos interesses económicos é a
questão dos direitos do autor.
O
direito do autor é parte importante do nosso rendimento que nçao está a ser
tratado convenientemente. Temos de nos bater todos para que esse direito seja de
facto , uma realidade em Angola.
A
nossa Mesa Redonda recomendou o seguinte sobre o assunto:
- A rápida aprovação e regulamentação de uma
nova Lei dos Direitos do Autor, ;
-
O apoio
institucional do Estado na dinamização , organização e revitalização das
sociedades de gestão de direitos de autores, no Pais.
.
Caros
Colegas
Hoje
o Mundo está transformado numa aldeia comum. Graças as novas tecnologias , as
pessoas comunicam-se e trocam informações a velocidade de cruzeiro.
Já
outros Povos passaram por processos idênticos aos que hoje vivemos. E é como
consequência disso que foram criadas as convenções de Berna e a de Roma.
Essas
convenções estabelecem deveres e direitos dos Estados que uma vez implementados
aqui no nosso País , podem encorajar a introdução de regras e procedimentos que
poderão melhorar substancialmente o ambiente artístico nacional ,e a luta pelo resgate da dignidade e
respeito que merecemos.
Angola
apesar de membro da UNESCO ainda não subscreveu essas convenções. Façamos , a
partir de hoje , uma corrente positiva para que isso aconteça no mais curto
espaço de tempo.
Minhas senhoras e meus senhores
Caros colegas
Voluntária
ou involuntáriamente algumas vozes , amiúde , pretendem insinuar que a UNAC despoletou
uma guerra contra tudo e todos.
Isso só pode
ser uma campanha difamatória , de baixo coturno , para perpetuar as nossas
fraquezas e debilidades .
Esse
movimento em direcção a revitalização do trabalho artístico no País não é
contra ninguém, nem podia ser de outro modo.
Nem contra
os agentes, nem contra os artistas mais novos , nem contra os artistas mais
velhos, nem contra os jornalistas ou radialistas, nem contra os empresários,
enfim contra ninguém.
O objectivo
dessa tentativa de mobilizarmos a atenção e a solidariedade da sociedade e do
Estado para com os nossos problemas está a ser feito como tributo à memória dos
colegas perecidos em 2012, em condições
de profunda indigência social,
e ;
visa
recolher contribuições que deverão ser presentes ao Executivo como nossa
contribuição para a solução dos problemas que vivemos.
Como vêm
somos muito poucos para tamanha empreitada, e muito lúcidos para nos
apercebermos da tramóia.
A composição
da UNAC , em têrmos de grupos etários e de estilos ritmicos hoje é bem
diferente. A velha guarda já não representa nem 1/3 dos seus membros , nem os
sembistas constituem a maioria.
A UNAC pretende
que todos, sem qualquer tipo de descriminação , se benefeciem desse movimento.
Que todos tenham espaço , tenham trabalho, com particular ênfase para a Musica
Popular das diversas regiões do
País .
A idade, o
sexo, o credo politico ou relegioso,as tendências musicais enfim a diferença e
a diversidade não podem,
constituir problema , entre nós.
No espaço
UNAC somos todos só e apenas
“Artistas”.
Obrigado
pela atenção.
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