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quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

ELITES DO BETÃO SEM CLASSE PARA AS ARTES




O período sabático de redescoberta e reinvenção para uma realpolitik pragmática, do novo governo angolano, no domínio das artes, começa a esfumar-se

Oremos !

Todos, cuja existência espiritual e sobrevivência material encontram na fruição das artes o músculo da sua sustentação, precisam orar para que a terceira República desabroche uma elite verdadeira e incondicionalmente comprometida com as artes no País, blindada dos desvarios da acumulação primitiva do vil metal , que os deixa geralmente míopes da grandeza da cultura para o bem estar dos seus concidadãos, fortalecimento do espírito patriótico , e consolidação da unidade da Nação.

Todos os dias são azagaiadas flechas de esperança,  que enchem de libido os ressequidos pulmões de gente que , cada vez mais ávida de vêr o País a devolver o sorriso e a confiança vilipendiados , dão de si o seu melhor para se reverter a actual situação.

Emprego, inclusão social, incentivos financeiros, revisão dos impostos aduaneiros e fiscais, fomento empresarial, protecção e segurança social, etc. etc. são as placas do tapete que empurram o novo governo para o sprint dos cem dias de mora.

A elite que nos governou ate´aqui mostrou-se demasiado propenso ao betão, e claramente desprezível a faceta lúdica dos seus concidadãos. As centralidades são bem um exemplo disso.

Os mesmos erros parecem querer perseguir os novos timoneiros do Palácio da Cidade Alta.

Ninguém vem  a terreiro falar, explicar-se , sobre a intenção do novo Governo em relação as Leis Especiais para o Artista (como recomendado pelas organizações internacionais). Ninguém diz como Normalizar o Actual Ambiente Cultural no País, sobre os incentivos e fomento do empresariado cultural, a segurança e protecção social do artista, sobre o trabalho artístico estrangeiro no País, os direitos de autor dos artistas (pintores, dançarino, músicos e respectivos conexos), etc.,etc.

O País até hoje não tem a Orquestra Sinfónica Nacional de Angola (coisa séria e não as brincadeirinhas que nos quiseram impingir); não tem  uma Compania Nacional de Teatro de Angola, não tem uma Compania Nacional de Dança séria.

Como um verdadeiro sinal de mudança de paradigma nesse sector, o Palácio dos Congressos deveria ser transformado em PALÁCIO DA CULTURA , estruturado de modo a oferecer espectáculos de alto nível de produção,  a formar os referidos entes culturais acima citados, e disseminar pelo País adentro as Orquestras Musicais e Companhias de Dança e Teatro, municipais. Aliás, é aí no Palácio da Cultura onde se deveria constituir o Estado Maior dessas instituições culturais.

Nesse interim dos cem dias, era bom que nos dissessem o que concrectamente farão do Artista nos próximos cinco anos, para que esses elevem a sua auto estima, recuperem a dignidade da profissão através do trabalho permanente e duradouro e participem nos esforços para o melhoramento do bem estar dos seus concidadãos.

A cultura fortalece a Nação.

Belmiro Carlos

Músico e compositor

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